Muito legal ver essas fotos antigas da Pinguela, @Dardo.
Tens mais algumas fotos antigas internas do camping dessa visita de 2013? Tenho curiosidade de ver como era.
Muito legal ver essas fotos antigas da Pinguela, @Dardo.
Tens mais algumas fotos antigas internas do camping dessa visita de 2013? Tenho curiosidade de ver como era.
Olá Dardo
Estou bem curioso sobre este relato. Estivemos lá em 2012 de carro.
Com certeza este é um roteiro indispensável aos que gostam de se aventurar de carro pela nossa América do Sul.
Abraço
Alexandre
Alexandre, estou lembrando que eu li teus relatos sobre as vossas viagens, e que achei excelentes, tanto nas fotos, quanto no relato, os quais foram ótimas fontes de informação, e embora fomos com um ano de diferença, os locais que visitamos foram praticamente os mesmos, o que demostra que curtimos as mesmas coisas, na sua grande maioria, e por isso, o Campistas.net os une naturalmente, em prol dos mesmos ideais.
Grande abraço Alexandre!
Dardo.
Domingo, 10/03/2013
Saímos do Camping Lagoa da Pinguela, RS, e fomos só até Porto Alegre, pois tinha negócios pessoais para tratar; o pernoite foi num estacionamento do “Seu” João Ritter, pequeno, com luz, água e Internet, bem cêntrico (até demais, foi um sufoco entrar e sair de Porto Alegre!).
Neste percurso a estrada é muito boa, embora com pedágio (aprox. 4US$). Como a viagem foi curta, não tirei fotos, pois estava muito ocupado com o transito (Mas bah, tchê, como que tu te abancas com esse baita bagual no centro, não desconfiavas que a grande Porto Alegre vai de Curitiba a Buenos Aires, e o que forma o Oceano Atlântico é o rio Guaíba? Te fresqueia, guri, tu e teu Guanaco faceiro!)
Almoçamos numa churrascaria a só 2 quarterões do estacionamento, muito boa, indicação do “Seu” João, e o pernoite para 3 pax e o Guanaco, foi de aprox. 25US$. Percurso de só 125 kms., feito em 3 hrs., passeando:
Continuará…
Segunda, 11/03/2013
Lembrando, no RS, Uruguay e Argentina, a volt. é 220v, a ter em conta com os transformadores.
Saímos cedo de Porto Alegre, 07:05, embora com transito meio caótico, e entramos na BR 290, boa, mas com pedágio, via pontes do Guaíba (aquele que forma o Atlântico! :P): Custos do pedágio:
07:20:56 CONCESS. DA RODOVIA OSOR ELDORADO DO SUL - PORTO ALEGRE/ INTERIOR 8 17,00
07:40:34 METROVIAS S/A CONCESS. D ELDORADO DO SUL - KM 129,5 DESCEDENTE 8 14,00
08:55:05 METROVIAS S/A CONCESS. D PANTANO GRANDE - KM 224,3 ASCENDENTE 8 14,00
Abastecemos sempre que possível, no caminho, na estrada sempre nas cidades ou suas redondezas, pois é lá que os locais também abastecem, o que faz que os postos cuidem melhor do comb., pois caso contrario, os hab. do lugar reclamam e dá policia, portanto, os postos se cuidam mais do que na estrada no meio do nada, e que você vai descobrir o comb. adulterado muitos kms. depois, e provavelmente não vai voltar para reclamar!
A BR 290, onde não é com pedágio, está de boa à regular, e é bastante deserta, com longas distancias entre cidades, embora não faltem postos. Em Uruguaiana, viramos à esquerda, pela BR 472, (regular) em direção de Barra do Quaraí, distante 73 kms., e que é a fronteira com o Uruguay.
Eu tinha pensado sair por Uruguaiana-Paso de los Libres, mas um amigo de Curitiba que tem MH, me recomendou ir por lá para conhecer estos lugares que eu não conhecia. Recomendo abastecer em Uruguaiana, pois em Barra é mais caro, e no Uruguay, mais ainda.
Na saída do Brasil, não existe tramite algum, e na entrada do Uruguay, os tramites são rápidos; aviso, não se pode entrar no Uruguay com frutas, verduras ou carnes cruas (mas bah, tchê, nem para o churrasco???), embora eu declarasse que tínhamos umas poucas frutas, para consumo pessoal, e eles não criaram caso.
Esta foi uma das etapas mais longas, com 712 kms., e embora pensávamos dormir num posto, nos recomendaram na Aduana, ir dormir num parque na cidadezinha, e o guarda noturno, nos permitiu usar a eletricidade (220V), com tomada num poste de lado da rua, e dormimos tranquilos, na beira do rio Uruguay, vendo as luzes de Monte Caseros, Argentina, bem na frente. Embora fosse un lugar seguro, era um pouco barulhento, até perto das 23 hrs., quando tudo ficou quieto, excepto por uma chuva gostosa que batia no teto do Guanaco, e ninava à gente
O percurso: (lembro que se aproximar bem, pode-se ver os lugares exatos de partida e chegada no Google Maps)
BR 290, perto de Alegrete (Não me perguntes onde fica o Alegrete! – letra e vídeo )
Ponte Internacional sobre o Rio Quaraí, que divide Brasil e Uruguay:
Ingressando na Republica Oriental del Uruguay (Bella Union) Guanaquito Internacional!
Terça, 12/03/2013
Acordamos um pouco mais tarde, tomamos um bom café, enquanto conversávamos sobre o fato de estar no estrangeiro, longe de casa, e ainda com tanta estrada pela frente, felizes e prontos para estrada, de novo!
Perto das 08:30, saímos devagar de Bella Union, com cuidado, pois as ruas estavam um pouco esburacadas e com lama da chuva da noite, e tomamos a Ruta 3 (regular e pitoresca, aprox. 132 kms.), até as proximidades de Salto, onde se vira à direita, no rumo da ponte Internacional entre Salto, Uruguay, e Concordia, Argentina. O cruze se efetua sobre a barragem duma hidroelétrica, que serve como ponte, e é bem interessante. A Aduana é integrada, ou seja, no mesmo lugar você faz a saída do Uruguay e a entrada na Argentina; a dica é, enquanto você estaciona o comboio, alguém já vai na frente com todos os documentos, do carro, Trailer, identidades ou passaporte, etc., para ganhar tempo, e depois, você vai para assinar seu visto; dica importante, você pode imprimir e preencher antecipadamente seu visto de entrada para Argentina em: http://www.migraciones.gov.ar, “Imprima Tarjeta Migratoria” (TES), o que vai poupar seu tempo, em especial a TUM, para a fronteira Argentina-Chilena na Tierra del Fuego.
Lembram da minha preocupação com a Carta Verde para o Trailer? Bem, meu corretor me informou que para MH ou a L200, sim, corresponde, porque é um seguro internacional somente contra terceiros, e como o Trailer não é autopropulsado, se você tiver qualquer incidente, o seguro paga como se for o trator que ocasionou o acidente; resumo da opera, em NENHUM lugar me pediram, seja Uruguay, Argentina ou Chile, a Carta Verde do Guanaco! Inclusive, na Argentina, as Casas Rodantes (Trailers), tem a mesma placa do carro que a reboca, acrecida do numero 1…e quando me pediam nas Aduanas e Imigraciones os doc. do carro e eu entregava o do Guanaco também, me perguntavam “Este es de otro auto?”, ao que eu respondia que era da CR (Casa Rodante), e eles só anotavam o da camioneta… que falta de respeito para com o Guanaquito!
Bom, estamos na Argentina, terra do bom vinho, do churrasco, dulce de leche, empanadas, media lunas e o tango, entre “otras cositas mas”! Saímos da Aduana, e seguimos em direção da Ruta 14, sentido Buenos Aires, e cuidado para não entrar antes na Ruta 28, que leva para o centro de Concordia, o que é muito demorado. A Ruta 14, é duplicada entre Concordia e Buenos Aires, o que permite manter uma boa velocidade de cruzeiro, e procure abastecer em Concordia nos postos YPF, onde o diesel é um pouco mais barato (aprox. 1,55 US$ o litro do Euro diesel, com S70, ou seja 70 partes de partículas de enxofre por milhão de partículas, recomendado para motores diesel de ultima geraçao, ou 1,35 US4 o litro de Ultra diesel XXI, com S500, ou seja, 500 partes por milhao de part. de enxofre; no Brasil, o diesel é S10, ou S500 ou S1800, rodoviário, para motores antigos); a Shell vende o Shell Nitro Diesel, que é o nosso S10, embora a diferença com o Euro da YPF seja pouca. Primeira vez, em muitos anos que viajo para a Argentina de carro, que o comb. está mais caro que no Brasil, embora esto no cambio oficial ou turismo, pois se o valor de um dólar é de aprox. 5,15 Pesos, no paralelo, as pessoas te pagam 7 ou ate 8 Pesos por dólar, em virtude de ser praticamente proibido para eles comprar dólares…:desconfiado: sem palavras… então, se você levar dólares, e trocar com particulares, o cambio é muito mas conveniente, mas existe o risco do dinheiro ser falso, entre outros problemas…LEMBRANDO, TODAS AS MINHAS CONVERSÕES DE PESOS PARA DÓLAR, SÃO NO CAMBIO OFICIAL.
Passamos o “peaje’ (pedágio) de Colonia Elia, perto de Concepción del Uruguay, que custa aprox. 3,5 US$. Bem, passamos pela ponte de Zarate-Brazo Largo, que na realidade são duas pontes, sendo que a primeira, vindo do norte, divide as províncias (equivalentes aos nossos estados) de Entre Rios e Buenos Aires.
Sobre as policias: em todas as viagens que já realizei para Argentina, nunca tive problemas, excepto pela policia de Entre Rios, a única que 3 ou 4 vezes, me pediu dinheiro, ameaçando com multas falsas, e eu nunca dei dinheiro, assim como no Paraná, perto de Guarapuava, uma vez a Rodoviária Federal me quis extorquir, e eu não aceitei. A Gendarmeria Nacional, é muito séria, e jamais insinuaram sequer sobre propina, assim como também os Caribeneros de Chile, são muito honestos, embora ambos são meticulosos nas suas revistas.
Deixamos a Ruta 14, que muda o nome para 12, passamos sobre a ponte de Zarate (peaje de aprox. 6 US$). Continuamos reto pela Ruta 12 em direção à Ruta 193, e apos aprox. 6,5 kms. do peaje de Zarate, viramos à esquerda na Ruta 193, na direção de Capilla del Señor, que fica a aprox. 15 kms. da saida à esquerda, e 18 kms. da entrada do Camping EL Veredon, onde ficamos.
O Camping é bem arrumado, com uma area pequena, mas limpa e muita grama, com luz e água, que provem das torneiras instaladas numa pia coletiva, com 6 torneiras, que eles chamam de “piletones”. A estrada de entrada para Capilla, está com remendos, e deve se trafegar devagar, e tem que atravessar a cidade (coisa que eu nao gosto),embora a cidade é pequena, e antes de chegar ao Camping, 3 quarterões, tem uma padaria com ótimas media lunas (Croissant) Recomendo entrar a pé primeiro, para ver bem o terreno, em especial as arvores, e eu entrei virando em semi-circulo ,bem a esquerda e girando para direita, passando entre o Trailer da foto e os “piletones’; cuidado, que é meio estreito! Bom, a instalar luz, água, e após um banho reparador, uma excelente ceia!
O percurso:
Foi um dia muito lindo, com um tempo excelente!
Fim do dia.
A ponte-barragem sobre o rio Uruguay; tem sinaleiro e barreira, pois você divide a estrada com o trem!
A ponte Zarate-Brazo Largo
Camping El Veredon, Capilla del Señor, prov. de Buenos Aires.
Quarta, 13/03/2013
De manha, cedinho, perto das 07:10, saímos de El Veredon, que nos custou aprox. 18,5 US$ no total (20 Pesos por pax, 60, mais 35 pesos do Guanaco = 95 pesos), e tomamos o rumo para Bahia Blanca, onde vive meu único irmão, pelas Rutas 39, 6, 7, 5 e 33 até Bahia Blanca; a saída é um pouco complicada, em especial a saída da 7, autopista dupla que vai de Luján (famosa pela Virgen de Luján, equivalente a N. S. Aparecida no Brasil) até Baires, e a Ruta 6, está um pouco esburacada, embora estão arrumando. Se eu continuasse pela 6 até Cañuelas, seria mais perto, mas após o cruzamento com a Ruta 7, a 6 está em péssimas condições (informações dadas pelos caminhoneiros com quem eu conversava sobre as estradas nos postos); a Ruta 5 é pedagiada (barato, são 3 peajes de aprox. 2 US$ cada um, em Olivera, 9 de Julio e Trenque Lauquen), e está de boa a muito boa, e em Trenque Lauquen, se vira à esquerda na 33 até Bahia Blanca, que mesmo sem pedágio, está boa. Entre Pehuajó e Trenque Lauquen, existem diversas lagoas pequenas perto da estrada, com uma enorme quantidade de belas aves aquáticas, e as mulheres queriam parar cada 3 kms. para ver patos, garças, cegonhas, cisnes, flamingos, etc.; realmente, muito bonita esta região, com trigais a perder de vista, e suculentas, perdão, lindas vaquinhas por todos lados.
Pegamos um pouco de chuva no caminho, mas muito leve, e viajamos com boa sombra das nuvens. Como a viagem era um pouco longa, não tirei muitas fotos no caminho, embora as pradarias mereciam. Após Pigué (se pronuncia pigu-é), se começa a ver a Sierra de la Ventana (Serra da Janela), e interessante ver elevações em estas “pampas” a perder de vista; ao se chegar perto de Tornquist, se pode admirar melhor as serras, muito bonitas.
Bem, de tardinha chegamos no Aero Club de Bahía Blanca, e pelo fato de ser Piloto, tive livre estadia no patio do Aero Club, onde ficamos todo o dia sgte. para descansar e fazer compras, sem esquecer que no outro dia após o descanso, passaríamos 3 barreiras zoo-fito-sanitárias, na saída de Bahía Blanca, no Rio Colorado e no Arroyo Verde, na divisa de Rio Negro e Chubut, onde é proibido ingressar na Patagonia com frutas, verduras e carnes cruas, e até mesmo salames e similares; embora um pouco exagerado, no meu ver, o fato é que graças a isto, entre outros, eles erradicaram a mosca da fruta, febre aftosa, cigarrinha e outras doenças nas frutas e nos animais, então, a cumprir com as regras! Eles pedem com respeito para vistoriar o Trailer, assim como o carro, e então, no dia anterior, colocamos umas passarelas de pano para que quando entrassem com calçado (nós o tiramos antes de entrar no Guanaco!), não ficasse as pegadas dentro de “casa”.
Estes “sites” esclarecem melhor as coisas:
Concluindo, em Puerto Madryn você pode comprar todo o que necessitar, lembrando que na hora de entrar no Chile, na Tierra del Fuego, novamente terá uma inspeção, e muito mais rigorosa que na Argentina!
Bem, um bom banho, ceia e dormir.
O percurso:
Lugar onde virei para direita, entre O Trailer e os piletones:
Senhores, façam suas ofertas! Ouvi 75.000 US$ para começar? (Coitado, já teve dias melhores; só não entendi para quê o salva-vidas…):
Bom, você fique quieto…
El Guanaquito, descansando longe de casa…
Saindo cedo de El Veredon…
Quinta, 14/04/2013
Neste dia, foi de descanso, reencontro com família e amigos, compras, entre elas, algumas garrafas de Navarro Correas, que ninguém é de ferro, e outros mantimentos; nota: se você após alguns dias estranhar o feijão, saiba que será extremamente difícil encontrar feijão, como nós conhecemos, na Argentina; mas, se grãos não podem passar no Chile, como fazer? Simples, compre no Brasil feijão e/ou feijoada em lata, já cozido, que então é permitido, como conservas industrializadas, e você tempera a gosto por lá mesmo, e enquanto o faz, o aroma vai atrair cachorrada (e pessoas!) num radio de 40kms, perguntando quê aroma delicioso é esse! (fora que é mais rápido de preparar, sem necessidade de panela de pressão umedecendo o Trailer) Nós fizemos isso em vários lugares, inclusive em Ushuaia, e as pessoas passavam olhando para o Guanaco e com água na boca… Para que não ficasse insosso, a gente adicionou cebola, alho, folha de louro, pimenta, linguiça, toucinho e “otras cositas mas” de lá mesmo, e acompanhado dum Navarro Correas, foi o bicho! Saudades de casa? Só até acabar a ceia… (me remito às provas, excelência, adjunto fotos)
Dica: se você não tem um aquecedor elétrico, compre um por lá mesmo, daqueles com quartzo, de no max. 1200 w, para não desarmar disjuntores no Camping, que por lá são mais baratos que no Brasil, não ocupa muito espaço e são bem leves; mesmo um de 1200 w, esquenta o Trailer todo, não queima oxigênio quase, e se cair acidentalmente, se auto-desliga; IMPORTANTE: não esqueça de comprar adaptadores de tomadas de 3 pinos (argentinas) para as nossas tomadas dentro do Trailer! Você encontra os “calentadores” e os adaptadores elétricos (se não tiver lá, veja uma “ferreteria”, ou seja, nossa loja de ferragens) na Cooperativa Obrera, o maior supermercado da cidade, com varias sucursais:
Lembrete: vinho, só no jantar, ou deixar alguém que não beba dirigir, para não estragar as ferias! Segurança acima de todo, em especial para os nossos seres queridos! Bem, após o singelo jantar, a dormir que amanhã adentraremos na Patagonia…
Feijão e Navarro Correas: a verdadeira integração do Mercosul!
Chegando no Aero Club:
Aero Club:
Estacionamento para Guanacos e aviões:
Jantar singelo, mas… com Navarro Correas Merlot 2.010:
Sexta, 15/03/2013
Bem, acordamos cedinho, que a etapa seria longa, e lá fomos, com o Guanaco faceiro que só, de peito aberto para os pampas! (os dias que passei no Rio Grande pegaram…no bom sentido, claro!) Faróis baixos sempre acessos, conforme manda a Ley Argentina, e poucos kms. após Bahía Blanca, encontramos a barreira zoofitosanitaria, que revistou o carro, e pediu permissão para revistar o Guanaco, tarefa que realizou a moça encargada, com supervisão atenta da “alemoa”, e cobraram 3,5 US$ pela desinfecção do carro e guanaco, que quando você passa por uma cavidade com produto químico, borrifa um pesticida para matar os possíveis germes, portanto, recomenda-se fechar bem as janelas ao sair.
A Ruta 3, que tem seu inicio no km ”0″, no Obelisco, bem no centro de Buenos Aires, seguimos por poucos kms., e só iriamos a retomá la muitos kms. depois, perto de San Antonio Oeste, pois é um percurso mais curto, ir pela 22 e depois a 251 até encontrar novamente a Ruta 3, que termina em Ushuaia, ou melhor, em Bahia Lapataia, pertinho de Ushuaia. Continuamos reto no trevo que separa a Ruta 3, que se divide à esquerda, e entramos na Ruta 22, que vai até Neuquén, e após 163 kms. da nossa saída, chegamos a Rio Colorado, após passar a ponte do rio do mesmo nome; neste lugar, nova vistoria, mas sem pagar agora.
IMPORTANTE: a partir de agora, entrando na Patagonia, toda cidade que passar, e que diste mas de 150 kms. do seu ultimo abastecimento, encha o tanque, pois os postos são muitas vezes distantes, ou não chegou faz dias o camião que abastece, ou qualquer outra situação, e então, abasteça!
Aproveitei, como sempre, para olhar os pneus do comboio, tocando nos pneus e nas rodas com o dorso dos dedos, pois pneu quente significa pouca pressão, e roda quente, freio presso ou rolamentos com problemas, entre outros; além disso, mesmo que por poucos minutos, todo mundo desce para espichar as pernas, descansar de estar sentado, se espreguiçar e outros, o que torna estas rápidas paradas muito produtivas, alem de dar “a volta do cachorro”, para ver se engate, correntes, claraboias, janelas, etc. estão em ordem. Fazíamos assim: eu era encargado de ver rodas, pneus, engate, correntes, etc., e as ladies, janelas, porta, tulhas, claraboias (sei lá, sobe numa escada do posto, vai naquele barranco, se vira, viu, “fia”!) (não deixa a alemoa saber, senão…:s).
A estrada é boa, tanto na 22 quanto na 251, que você pega à esquerda aprox. 28 kms. de Rio Colorado, e a paisagem vai ficando cada vez mais desértica, com longas retas (cuidado para não dormir!), e perto de San Antonio Oeste, você encontra a Ruta 3 novamente, e não sai mais dela até Ushuaia. Do posto YPF de Rio Colorado, até o ACA (Automovil Club Argentino, sempre associado a YPF, ou Yacimientos Petrolíferos Fiscales, ou “Jazidas Petrolíferas Fiscais”) de Sierra Grande, tem 356 kms., e se você tem autonomia para isso, abastece lá (mas bah, tchê, tu não me acabaste de falar que abasteça sempre que puder, vivente?) Acontece que em Sierra Grande, já é considerada a Patagonia propriamente dita, e tem redução de impostos nos combustíveis, e o preço do comb. cai para aprox. 1,22 US$ o litro de Euro diesel, o que vai acontecer até Ushuaia:P:) Em Sierra Grande, abasteça no ACA, que indo, é o segundo YPF, também do lado direito da estrada, e eu não gosto muito do primeiro, pois faz anos, não fui bem atendido, embora pode ter mudado; o ACA tem como desvantagens que sempre forma filas e se demora um pouco, e como vantagens, tem uma boa loja de conveniências onde pode tomar um cafe com media lunas :P, e banheiros limpos, enquanto aguarda.
Cuidado com as curvas perto de Sierra Grande, pois você vem tão acostumado com as retas enormes, que quando entra na primeira curva, está desacostumado! Perto de Sierra Grande, ou até antes, podem a qualquer momento ver Guanacos perto da estrada; si estiverem muito perto, diminua a velocidade, que eles tem como calcular o teu deslocamento, e fogem em outra direção, coisa que não ocorre se você estiver em alta vel., pois o cérebro deles não avalia direito teu deslocamento, e pode se atravessar na tua frente, como acontece seguido com quem corre muito!
De Sierra Grande até o Camping do ACA, temos aprox. 144 kms. Chegamos de tarde no Camping, e tivemos que entrar por uma porteira lateral, pois o Guanaquito não passava pela principal; o Camping é bom, embora não tem grama, e as torneiras só nos piletones, como de praxe, embora com eletricidade perto de todo ponto de parada; como o Guanaquito e a L200 somam perto de 14 mts., estacionamos numa ruazinha do Camping, já que nessa época tem poucos acampantes,e nos instalamos, conforme vem na foto debaixo.
Na portaria tem Internet, se você quiser levar o Note, pois não tem muito alcance de sinal. O custo total foi de aprox. 19 US$ para o pernoite. Na frente do Camping, tem um sitio histórico, a poucos metros da portaria, e uma bela vista da praia e o por do sol sobre Madryn; vale a pena ir para ver, e também, se a maré está baixa, caminhar entre o milhões de moluscos que ficam expostos, na frente dumas covas, que serviram de abrigo para os primeiros colonos do Pais de Gales que migraram da Europa para esta região.
Bem, estamos na Patagonia, e a noite fresquinha, foi ótima para dormir muito bem. O mapa, com a dist. real de 667 kms.
As retas intermináveis de Rio Colorado para Sierra Grande:
Chegando a Arroyo Verde, limite entre Rio Negro e Chubut; aqui tem o ultimo controle zoofitosanitario, até a fronteira com Chile:
Chegando em Puerto Madryn
Puerto Madryn, indo para o Camping.
El Guanaquito no Camping ACA de Puerto Madryn:
Sábado, 16/03/2013
Sobre o camping: regular, bom fora de temporada, quando tem pouca gente, ou seja, inicio de Março até Junho e de Agosto até Novembro.
Saímos perto das 08:07, com o odômetro indicando 74.001 kms., para uma etapa mais curta, de aprox. 470 kms., pois queria ir devagar nesta etapa, porque já esperava encontrar os fortes ventos patagônicos, que no fim das contas, não aconteceu, sendo um percurso bem tranquilo.
Puerto Madryn é uma cidade bonita, desde onde se pode avistar baleias nas épocas de procriação, tem pouco mais de 80.000 hab., e conta com a maior fabrica de alumínio do pais, e para entrar na cidade, em direção do Camping do ACA, tem que pegar a 3ra. entrada (2da. após o aeroporto), para não pegar o transito do centro.
Bem, já na estrada, temos duplicada quase que todo o percurso até Trelew, perto de 65 kms., e abastecemos num YPF quase na frente da pista de Trelew, sobre a Ruta 3, à direita. Continuamos pela Ruta 3 em direção a Comodoro Rivadávia, a maior cidade de Chubut, perto de 180.000 hab. e daí para Rada Tilly, perto de 8.000 hab., a escassos 15 kms. de Comodoro, na qual, Rada Tilly, é uma cidadezinha de veraneio de Comodoro, e era lá nosso destino, o Camping Municipal de Rada Tilly.
Passamos pela entrada a Punta Tombo, onde tem uma das maiores reservas de pinguins de Sudamerica, e eu já fui um par de vezes, e embora a maior parte é de asfalto, tem uns 40 kms. de cascalho, geralmente em boas condições, e você precisa de pelo menos 4 hrs., a partir da entrada na Ruta 3. Começamos a ver Guanacos, ainda poucos, porem mais do que perto de Sierra Grande.
Na chegada em Comodoro Rivadávia, tem uma longa descida, de aprox. 18 kms., e as faixas duplas amarelas de não ultrapassar, olimpicamente ignoradas pela maioria dos locais :s (esto é regra, e não exceção na Argentina; CUIDADO! :@). De Trelew até Comodoro, são aprox. 375 kms, e embora eu carregava 2 galões de 10 lts. cada de diesel para emergências, minha autonomia deu com sobras para fazer esta etapa, e é bom, porque no caminho praticamente não tem postos, que eu lembre!
Dica: Sobre o comb. de reserva; sempre levei 20 ou 30 lts. de comb. de reserva em galões, e nunca me criaram problemas nas fiscalizações, mas lembrem que é terminantemente proibido entrar no Chile com comb. que não do tanque, e se você esquecer, tem que colocar a reserva no tanque de imediato, antes de entrar na território chileno. Comodoro é uma cidade de transito meio tumultuado, e infelizmente, tem que atravessar pela cidade para chegar em Rada Tilly, sempre se mantendo pela Ruta 3, na direção de Rio Gallegos.
Outra dica: façam as compras de supermercados em Comodoro, sem sair muito da Avda. principal, Hipólito Irigoyen, que é também a Ruta 3, pois em Rada Tilly tem um mercadinho que não é muito grande (embora dá para o gasto), e é mais caro, como toda cidade de veraneio. A rede mais importante de supermercados na Patagonia, é “La Anónima”. Aqui vocês tem a que indica a melhor opção sem se afastar da rota, e eu marquei o quarterão para visualizar melhor.
O Camping é bonito, embora com pouca grama (clima muito árido), tem tomadas, e como de praxe, poucas torneiras. Eu entrei e circulei por detrás dos banheiros, à esquerda, que tem mais espaço (pero no mucho!), e embora a torneira distante, aprox. 18 mts., de lá conseguia pegar wi-fi, incluído na diária de aprox. 24 US$. DICA importante: sempre entre a pé primeiro, para ver o local, e principalmente as arvores, com seus galhos “traiçoeiros”, que estos Camping em geral, são um pouco apertados para comboios de 14 mts., como no meu caso (quero ver como Odair vai se virar com o Imperial ) Nós bolamos o sgte.: temos 2 “walk-talk” da Motorola, baratos, porém muito eficientes, e uma das “gurias” vai na frente me avisando das árvores, e fica na retaguarda quando dou ré, e resulta extremamente pratico; além disso, quando vamos nos mercados, postos, alfandegas, etc., é muito pratico para manter o contato, principalmente sem celular! Sobre o cel.: se voce quer fazer um plano de “Roaming”, na patagonia funciona bem o Claro, mas o melhor é você ter um aparelho triband ou quadriband, e comprar um “chip” pre-pago lá e assim só sua família terá esse numero para emergências, sendo muito mais barato nas ligações locais. Quando quiser ligar para o Brasil, use o “Skype” a partir das lojas de conveniencias da YPF, Lan-houses, Camping, etc., ou utilize os “locutorios”, como era antigamente no Brasil, onde você entra numa cabine do locutorio ou lan-house, e é muito mais barato falar para casa.
Bem, como era cedo, instalamos o Guanaquito, e fomos para a praia, distante 4 quadras, para passear, e colocar as mãos na água fria do Atlantico; o exercício deu fome, e voltamos para um jantar delicioso regado por…adivinha! E antes de me chamarem de “pau d’água”, aclaro que um cálice somente é a minha medida, pois um bom vinho é para degustar, e não para “encher a cara”, na minha modesta opinião. Bueno, a dormir, que amanha tem mais estrada!
Percurso:
Saindo do ACA de Puerto Madryn.
Chegando a Trelew, na Ruta 3:
A 1.691 kms. ao sul de Buenos Aires e 3.500 de Curitiba:
Já viu no inverno o quê te espera…
Perdido? É só seguir o avião; parada para o almoço, sem Navarro Correas…
Chegada em Comodoro; é uma pá de hélice de aero-gerador (onde será que eles acham vento por aqui? ). Vai ver muitos pela região.
Saímos da Ruta 3 e chegamos em Rada Tilly; muito bonita a entrada da cidadezinha!
A entrada do Camping em Rada Tilly:
A praia de Rada Tilly:
Saindo cedo do Camping Municipal de Rada Tilly:
Domingo 17/03/2013
Saímos cedo do Camping Municipal de Rada Tilly, odômetro indicando 74.468 kms., com muito cuidado, pois como falei, tem várias arvores grandes no caminho, e saí pelo mesmo lugar que entrei, por detrás dos banheiros, girando à direita, pois na saída direta, não dá para virar com o Guanaquito.
A meta era chegar em Comandante Piedrabuena, no Camping da Isla Pavón, e antes de esquecer, la vai o percurso:
Percebam que eu diagramei exatamente a rota como foi realizada, que pode se ver aproximando a imagem, embora em Caleta Olivia, o mapa está errado, pois sempre se continua pela Ruta 3, e a chegada, até a entrada da ilha, por causa do Maps; no ponto que mostra como chegada, se vira â direita, e se percorre perto de 900 mts. por caminho de terra (bom), para chegar no Camping. è muito interessante que você se encontra numa ilha fluvial, praticamente na desembocadura do rio Santa Cruz, que nasce perto de El Calafate. Esta parte da Ruta 3, até chegar em Caleta Olivia (68 kms.), é muito bonita, pois parte dela vem perto da praia, e por vezes, você pode ver lobos marinhos e muitas gaivotas e outras aves marinhas.
No Km. 2.074, onde começa a Ruta 49, está a entrada para o Parque Nac. dos bosques petrificados e embora desta vez não paramos, eu já fui em 2007, e achei muito interessante, para quem gosta de geologia e afins; DICA; se você quiser visitar este Parque Nac., recomendo ir até Jaramillo, um povoado na Ruta 281, a aprox. 7 kms. ds Ruta 3 e aprox. 97 kms. de Caleta Olivia, todo asfalto, ir ao Camping (pequeno, mas muito limpo e arrumadinho), deixar o Trailer lá, e ir só com o carro, pois são aprox. 49 kms. de cascalho pela Ruta 49 (bom), e mais 85 kms. de Jaramillo até a entrada, totalizando 134 Kms. só de ida, pelo que recomendo, se for, ir para passar o dia (não esquecer de levar bastante água e comida, que lá no Parque não tem!). Para quem não tem problemas de colocar o Trailer na terra, a aprox. 25 kms. da saída do asfalto, tem uma fazenda, La Paloma, do lado esquerdo da estrada que oferece lugar para Camping (eu não fui para conferir), onde se pode deixar o Trailer, e fazer o resto só com o carro, segundo informações da Internet.
Na Ruta 3, aprox. 200 kms. antes da Isla Pavón, vinhamos tranquilos pela estrada, entre 82 e 85 kms/h de GPS, a 2.000 rotações, em condições ideais sem vento e nivelados, sem subidas ou descidas, que é o regime melhor de vel., consumo e tração com Trailer para a Tritón, quando vemos um guanaco, apavorado com um carro que vinha em alta velocidade (parecia um Peugeot), cruzou correndo na frente do mesmo, e quase acontece um acidente, e o pior, tal vez sobrava para nós, porque foi a poucos metros do lugar onde nos cruzamos!
Passamos na frente da entrada de Puerto San Julián, e nesse lugar, tem um monumento recordatório da guerra de Malvinas, e fomos tirar umas fotos, com o Guanaquito incluído, claro!
Finalmente, chegamos no Camping da Isla Pavón, em Piedrabuena, e o mesmo é bastante bonito, pelas proximidades do rio, tem luz, água longe, como de praxe, mas nada que um mangueiro de 20 mts. não resolvesse; o precio, aprox. 20 US$ em total, e não tem wi-fi.
Instalamos o Guanaquito, e fomos fazer compras na La Anónima em Piedrabuena, e depois passeamos pelo Camping e redondezas, onde tem a casa do Piedrabuena, um marinho que navegou, dentre outros, a foz do Santa Cruz, adentrando bastante rio acima. Voltando das compras, abastecemos na YPF sobre a Ruta 3, e eles aceitam pagar o comb. no cartão, só até 100 Pesos$ (aprox. 20 US$), e o resto, só a vista; lembrando, nos postos perto das cidades, em quase todos, aceitam cartão VISA (não esquecer de desbloquear antes de sair do Brasil, para usar em Argentina e Chile!), porem em povoados menores, somente em dinheiro.
Dica: lembrar também de ter adaptador de torneiras de 3/4 de pol., comumente usadas em Brasil, por um de 1 pol., como tem nalguns Camping em Argentina; na La Anónima de Piedrabuena, tinha para vender no setor de “jardines” (jardim).
Bom, a descansar, que amanhã queremos chegar em El Calafate, lugar dos glaciares.
Homenagem aos Pilotos Heroes de Malvinas, em Puerto San Julián:
Guanacos pertinho da estrada:
Não é uma Mitsu, mas é 4×4; fica na entrada do Camping:
Parando para almoçar, no meio do nada:
Chegando em Piedrabuena:
Rio Santa Cruz,e Isla Pavón; o Camping fica nos arvores mais altos à esquerda da foto:
A ponte sobre a Ruta 3, visto da entrada do Camping da Isla Pavón:
Entrada de terra para o Camping:
No Camping da Isla Pavón:
Não vai ser louco de querer tomar banho no rio!
Muito legal a história, Dardo. Vou relendo e prestando atenção em detalhes que não tinha visto antes.
Esse camping em Isla Pavón mesmo parece um grande achado, obrigado pela dica! Não achei quase nada online sobre esse lugar, e olhando as fotos parece meio único. Vai estar nos nossos planos quando passarmos por perto.
Abração!
Segunda, 18/03/2013
No café da manhã, conversamos sobre a rota a seguir, e confirmamos o que tínhamos previsto no dia anterior; temos dois caminhos para chegar em El Calafate: O 1ro., é mais longo o percurso, mas é todo por asfalto, e o 2do., é quase a metade do 1ro., mas é quase todo de cascalho e pedra (193 kms. de terra) e considerando à altura do solo do Guanaquito, decidimos (com um pouco de relutância da minha parte), de fazer o caminho todo asfaltado, pois já teríamos para fazer na terra o percurso de Chile na Tierra del Fuego.
Quando passamos na Ruta 3 pela entrada da Ruta 9, parecia boa, mas o pessoal do lugar, no Camping, tinha me advertido que tem uma parte com pedras grandes, que são perigosas para o fundo do Trailer e as conexões expostas de canos, mangueiras e fios elétricos. Vi uma foto em Panoramio, que compartilho, para que vejam o estado da estrada (o MH parou para ajudar):
Se estivesse só com a Triton, seria um passeio para a Mitsu, mas com o Guanaquito… melhor fazer o mais seguro.
A Ruta 3 continua desértica e quase sem curvas, e por isso, íamos conversando, distraídos, quando de repente chegamos numa sequencias de poucas curvas, e a última, numa descida, e tao rápido que não deu tempo de pensar, começou o pendulo! Bati os olhos na velocidade: 94 kms/h de GPS, Guanaco empurrando, e curva para fora…estava pronto o cenário para o desastre! Consegui firmar a direção, para não fazer correções involuntárias, como tinha começado a fazer, escutando os pneus “cantar” querendo se desgarrar, e freie suavemente, mas progressivo, e o Guanaquito, nobre que só, se firmou novamente, e o pendulo cessou… paramos 2 kms. na frente, para ver as consequências dentro e fora (estava tudo certinho, no seu lugar) e para diminuir as batidas do coração e passar o susto …foi feio, tudo por descuido da minha parte, mas como todo Piloto que sobrevive a uma emergência, aprendi, e rapidinho: cuidado com a velocidade em descidas e curvas!!! O acontecimento foi no km. 2.512 da Ruta 3; no relato do retorno, mostrarei as fotos do lugar, quando paramos na volta para fotografar.
Perto de Rio Gallegos, viramos à direita para entrar na Ruta 5, que nos levaria à lendária Ruta 40, e mais tarde, encontraríamos a Ruta 11 até chegar em nosso destino. Chegamos a El Calafate com o odômetro indicando 75.519 kms., e logo de passar por um portal onde foram vistoriados nossos documentos pela Gendarmeria, fizemos a entrada propriamente dita a nosso primeiro destino, e mesmo que dali não pudêssemos chegar a Ushuaia, estar lá já era um triunfo para nós! Algumas imagens da Ruta 40 para quem não conhece.
Tem 3 Camping em El Calafate com capacidade para Trailers ou MH maiores; optamos por ficar no Camping Ñiriguau (aprox. 7 US$ por pax, 21 US$ os 3, por dia, sem cobrar o Trailer), que embora não muito grande, tinha uma torneira perto da casa, só para mim , luz e tinha wi-fi; longe da casa, o local era mais bonito, bem arborizado, mas era meio “apertado” para entrar, e não tinha sinal de wi-fi; foi daqui que enviei o primeiro post da Patagonia no “post” anterior, ‘Expedição Trailer….).
Fomos na “La Anónima”, compras (não muitas frutas e verduras, que daqui a uns dias, vamos para Tierra del Fuego!), passeio a pé (onde só ouvíamos falar em francês, inglês, alemão, japonês, e até alguns em espanhol!), e jantar e dormir cedo para passear muito amanhã.
Parando para descansar na Ruta 5:
Não gosto de parar em lugares tão concorridos para almoçar, mas…
Ingresando na famosa Ruta 40:
Chegamos em El Calafate!
Ruta 40… Não fui eu que quebrei a placa, não (tenho 2 testemunhas, mais o Guanaquito!)
Acompanhando de novo! Está melhor que as novelas do vale a pena ver de novo! kkkk
Buenas Edin!
Sabe que até eu dou uma olhada para lembrar…viagem maravilhosa aquela…
Abraços!
Dardo.
Terça, 20/03/2013
Ficamos o dia inteiro em “El Calafate”, e fomos visitar, após 75 kms. de asfalto (48 kms. para a entrada ao Parque Nacional, aprox. 17 US$ por turista do Mercosul), a maravilha da natureza austral: o Glaciar Perito Moreno!
Realmente, é lindo!!! Deixamos o Guanaquito descansando (nos olhou como dizendo “porque me deixam?”), levamos bastante água e comida nas mochilas (tem um Restaurant no Parque, mas além de caro, você perde tempo precioso), e ficamos o dia inteiro caminhando nas passarelas (excelentes), sentados olhando em silencio, escutando o trovão que seguía à queda dos blocos de gelo duma altura de mais de 60 mts., curtindo sem importar quê hora ou dia era…só indo lá para entender o que não sei expressar em palavras…fizemos um pic-nic lá mesmo, e enquanto almoçávamos em silencio (tarefa nada fácil com 2 mulheres por perto :D brincaderinha, meninas!), um enorme bloco de gelo se soltou, quebrando o silencio como um trovão em pleno dia de sol…pronto, esto já pagou a viagem, podemos voltar amanhã de avião e mandar de camião o Guanaquito para Curitiba…Foi um dia maravilhoso, um pouco nublado, porém sem vento, o que mantinha a temperatura, sem bem um pouco baixa, agradável, perto dos 14ºC; ficamos até de tardinha, e na volta passamos por Puerto Bandera, onde é o cais de embarque e desemb. dos barcos que fazem os passeios para outros glaciares no Lago Argentino, e como já tínhamos feito esse passeio na viagem de 2.007, desta vez não o fizemos.
No retorno, compramos na padaria “Don Luis”, umas media lunas ótimas, e umas empanadas que esquentamos no forno do Guanaco, aproveitando para aquecer o mesmo, e regadas com Navarro Correas, foram o bicho!
O preço dos hotéis e similares, incluindo Restaurants aqui em El Calafate, por conta do turismo internacional, é muito alto, só compensa num pacote turístico com hotel incluído, ou si você vier com tua casa; ponto para “El Guanaquito”!
Amanhã, vamos para El Chalten.
As montanhas próximas ao glaciar e o Lago Argentino à direita:
O Glaciar Perito Moreno:
Escrever o quê? Que é lindo?
Ainda estou a pensar em quê falar sobre esto…
Até logo, Glaciar! Eu voltarei!
Oi Dardo,
Não canso de reler este relato, espero que logo possa circular com o M&Ms por essas bandas.
Abraço da Família M&Ms.
Quarta, 20/03/2013
Hoje saímos de manhã para passar o dia em “El Chalten”, ou Fitz Roy. Não esquecer de encher o tanque em El Calafate, que em El Chalten, tem só um posto, e quando tem comb., ele é mais caro e não tem Euro diesel; o percurso de ida e volta é de aprox. 425 kms. (rapidinho, agora sem o Guanaquito), todo de asfalto bom, pelas Rutas 11, 40 e 23; só tive que aguentar as brincadeiras que fizeram de mim, porque chegava nas curvas, mesmo as suaves, e eu reduzia, sem pensar, para 70, 60 kms/h…eu, heim? Gato que se queima com leite, quando vê uma vaca, chora…
Chalten na língua indígena , que significa “montanha da fumaça”, ou “…que fumaceia”, e Fitz Roy, pelo nome do capt. inglês que trouxe Charles Darwin para a Patagonia, e inclusive, Fitz Roy, junto com Darwin, navegou o rio Santa Cruz (aquele da Isla Pavón), até perto de 50 kms. para chegar na região do Lago Argentino e El Calafate.
O pico El Chalten, quase sempre está rodeado de nuvens de nevascas, ao igual que o pico que está do lado, Cerro Torre, que embora não muito alto se comparado ao Everest, é um desafio aos montanhistas do mundo todo pela extrema dificuldade em ser escalado, pelo íngreme e pela rapidez e violência com que mudam as cond. atmosféricas no mesmo. Vejam: http://vimeo.com/55760497
El Chalten, é um lugar ótimo para caminhadas, e considerado Capital do ‘trekking” da Argentina; a cidadezinha tem um par de Camping apto para Trailer ou MH, e se você vai passar uns dias por lá (recomendo, na prox. visita vou ficar), faça suas compras em El Calafate, pois as vendinhas são poucas e caras.
Fomos para caminhar até uma cascatinha muito linda, e na volta, as ladies voltaram de carro e eu caminhei por uma trilha muito legal, com um visual único. Somente na tarde, após o almoço, que o Chaltem deu o ar da sua graça, e por pouco tempo; no retorno, como na ida pela Ruta 40, fomos acompanhando o rio La Leona, que vai do Lago Viedma até desaguar no Lago Argentino, e a pouca distancia, se forma a nascente do Rio Santa Cruz, pudendo ser visto desde a estrada.
Bem, retornamos cansados, mas muito entusiasmados com o belo dia que passamos; na cidade, mais risadas comigo virando longe do meio fio nas esquinas…fazer o quê, o Guanaquito já faz parte de mim
A cidadezinha, o Río de las Vueltas, mas…cadê o cerro?
Bem-vindos; agora só falta você …
Bom, se é a capital do “trekking”, lá vou eu a caminhar; foram só 3 kms., mas muito gostoso.
Por fim, o Chalten aparece em todo seu esplendor!
No retorno, some novamente; ficou visível só por menos de 2 horas!
A Cascatinha “Chorrillo del Salto”.
Desague do rio La Leona no Lago Argentino.
Ruta 40 e rio La Leona à esquerda.
Camping “El Relincho”, aprox. 8 US$ por pax e 4 US$ pelo Trailer.
Lugar da minha caminhada…não é a Paulista, mas dá para o gasto…
Só do “El Chalten”:
Quinta, 21/03/2013
Saímos perto das 08:10 (o nascer do sol e a por, em estas latitudes, ocorre mais tarde que em Curitiba), e tomamos a Ruta 11, até a 40, que depois se transforma em 5, até o ponto onde entramos quando vinhamos de Isla Pavón, quando volta a ser a Ruta 3, numa fazenda chamada ”Güer Aike”, e recorremos aprox. 300 kms. até Rio Gallegos, capital da prov. de Santa Cruz…
Abastecemos no posto YPF na Avda. principal, que tem o nome de Gral. San Martin, mas que continua sendo a Ruta 3,e é muito importante abastecer neste posto, pois não me lembro de ter visto outros no caminho até entrar novamente na Argentina em San Sebastian, Tierra del Fuego. Lembrar que de Rio Gallegos até a fronteira com Chile, são 69 kms., e se você tinha comb. extra, vai ter que verter o mesmo no tanque do carro; tem um supermercado Carrefour a 5 quadras do posto de Gallegos, mas lembre da proibição de entrar no Chile com alimentos não industrializados, inclusive queijos, salames, ovos, etc.
CUIDADO; nem pense em esconder o “jamón crudo” ou qualquer coisa proibida, mesmo naquelas tulhas que só você acha que conhece, pois eles tem cachorros que farejam drogas (camiseta do timão passa) e comida, e são implacáveis nas multas; DICA: deixe só uma fruta ou verdura na geladeira, e DECLARE que SIM, está levando frutas, verduras, carnes, etc., pois se você esqueceu algum outro produto, a sua declaração vale para todos os produtos que encontrarem, e somente vão confiscar eles e destruírem na sua presença; repito, muito cuidado!
AVISO aos navegantes: você tem algumas opções de paradas no percurso; tal vez seja interessante sair mais tarde, dormindo um pouco mais em El Calafate, e pernoitar num Camping ou posto em Rio Gallegos, para no outro dia cedinho, sair para tentar chegar de dia em Rio Grande ou San Sebastian, no posto YPF deste último, via Ruta 3, Carretera 255 e 257, tudo pavimentado até o ferry. 1ra. opção, a que eu fiz, totalizando 467 kms. via Ruta 3 até a fronteira (onde você não para no primeiro controle da Argentina, e sim no 2do., do Chile, a 800 mts., pois as alfandegas neste lugar são unificadas, e na volta, você para no lado Argentino): somar os dois percursos, por causa do Estrecho de Magallanes:
+2da. opçao: El Calafate-Rio Gallegos (aprox. 300kms.), e no dia sgte.:
+ou outra a seu gosto. Na 2da. opção, que acho mais interessante, porque dispõe melhor dos tempos para atravessar o Estrecho, e fica uma etapa melhor para chegar com tempo em Ushuaia noutro dia; eu optei pela 1ra., porque já tinha feito esta viagem, e conhecia a estrada no Chile, mas, reitero, para quem for a 1ra. vez com Trailer, a 2da. me parece melhor. Lembrar que de Rio Gallegos até a fronteira com Chile, são 69 kms., e se você tinha comb. extra, vai ter que verter o mesmo no tanque do carro. Lembrar da minha dica de vários dias atras: enquanto você estaciona devagar, fecha tudo, alguém já vai na frente para fazer a fila, com todos os doc. pessoais e do carro (levar canetas!).
Bueno, chegamos no Estrecho de Magallanes, e o vento, que em Rio Gallegos era forte (teve um senhor que num sinaleiro de Gallegos, me avisa; “cuidado con el viento!”), estava aumentando; o lugar é lindo, e faça a fila dos carros, não dos camiões, e peça para ficar no meio do ferry, pois eu não sabia esto, e fui o primeiro da fila à esquerda, e tive pouca margem para manobrar e sair no outro lado do estreito! Acho que foi lá que danifiquei o suporte do tanque d’água, que viria a perder depois.
O tempo para atravessar é de 20 min. aprox., sem muito vento (se o vento for muito forte, se interrompe a travessia até o mesmo diminuir), num percurso de aprox. 4,6 kms, vale lembrar que em Punta Delgada, tem um farol e um pequeno museu nele; também, se o tempo permitir, suba na ponte do ferry, e poderá observar aves e golfinhos seguindo o ferry. O valor do ferry é de US$ 30 pela Triton e mais 30US$ pelo Guanaquito, no total de 60 US$, e se paga a bordo; (Cruce Primera Angostura): DICA IMPORTANTE: pagar em dólares, pois em Pesos Arg.$ a conversão é muito desfavorável, valendo perto de 8 Pesos o dólar, e tenha troco, pois nem sempre vão te dar o mesmo em dólares!
Bem, atravessamos o Estrecho, felizes pela nova conquista, e somos “Bienvenidos a la Isla Grande de Tierra del Fuego! Seguimos pela Carretera 257, em direção à Cerro Sombrero, tudo em asfalto, ou melhor, concreto, que fica aprox. 42 kms. do Estrecho, e eu pensava dormir no posto de Cerro Sombrero, mas, ao passar na frente do Aero Club de Cerro Sombrero, tive uma ideia; porque não pedir permissão e dormir la, já que a tarde avançava? Bem, o Aero Club está abandonado parece faz anos, e como o vento estava muito, mas MUITO forte, decidi ficar lá mesmo, no “meio-resguardo” da diminuta estação de pax do aeródromo; bem, essa noite, não vamos esquecer nunca; o vento piorou, e pela minha experiencia de Piloto, calculo prox. de 90 kms/h, com rajadas perto dos 100 kms/h, e mesmo um pouco protegido pela casinha da estação de pax, e deixando a Triton engatada e aproados para o vento, o mesmo rugia, com rajadas, açoitando o Guanaquito, e mexia ele mais do que andar por estradas de chão com buracos! Foi algo que se não viver isso, não dá para acreditar! As ladies não dormiram muito bem, mas eu dormi com um sorriso nos lábios… aquilo era a Patagonia de verdade, dura, inclemente, mas bela como nenhuma outra! Mesmo com esse vendaval, o fogão e o aquecedor de passagem funcionaram bem, pudendo tomar banho todos, quentinho, e a bateria pode suprir bem as luzes e a bomba, nos dando total autonomia no meio daquele clima inóspito; ponto para o Guanaquito! Vejam o vídeo sobre o vento na região:
Assim era o vento aquela noite em Cerro Sombrero…
Chegando en Bahía Delgada, Estrecho de Magallanes.
Ingressando ao ferry.
“Vai, desembarca, Guanaquito, não tenhas medo de molhar as patinhas!”
O ferry no Estrecho.
Chegamos na Tierra del Fuego!
Cerro Sombrero, nosso pernoite ao vento…
Tá chegando na parte emocionante da história, Dardo. Chega até a dar um certo receio de ir lá de trailer.
Aquela rampa parece não inclinada… subiu tranquilo o Guanaquito ali?