Como medir a corrente do inversor

Prezado Gustavo, também tenho um sistema solar composto por duas baterias de 170ah, uma placa de 260w e um carregador de 30a. Aí te pergunto: você liga o inversor na saída de carga do carregador? No meu o carregador não segura, tenho que ligar ele direto na bateria e com isso não tenho como ver a amperagem consumida. Como é o seu sistema?

Abraço Carlos Fanara

Carlos, eu liguei o carregador a conselho do Gustavo na mesma entrada do painel solar. Porém tem que colocar diodo de forma que não exista retorno para as placas solares e nem para o carregador. O próprio controlador de carga libera energia para as baterias de forma automática. O meu sistema ainda está sem painel solar, e está ligado na luz há mais de um mês. O sistema de fonte chaveada funciona muito bem.

@edintruder Fico contente que o esquema esteja funcionando bem. Para quem quiser fazer algo do tipo, por favor lembrar de tomar o cuidado que o Ed falou. O assunto é aprofundado mais no tópico de fontes chaveadas.

Mas acho que o Carlos está falando da outra ponta, na saída e não na entrada: a ligação entre o controlador de carga solar e o inversor.

@CarlosFanara Realmente não se liga a entrada do inversor no controlador solar, porque a demanda do inversor é muito alta e frequentemente com grandes picos que ultrapassam a capacidade do controlador.

Imagina o seguinte: o que é um curto circuito? É um caminho de muito baixa resistência que permite que a corrente passe com facilidade entre os dois polos da fonte de energia. Aos olhos de um controlador solar, o inversor é exatamente um caminho de muito baixa resistência para a corrente que ele está fornecendo na saída. Não é um curto aos nossos olhos, porque sabemos que está sendo feito um bom uso dessa corrente e existe um limite para o quanto ele vai demandar, mas os efeitos para um sistema que foi projetado para um limite menor que esse são semelhantes ao curto. Se o controlador foi bem projetado, ele vai se desligar para evitar danos. Se o controlador for mais simples, os componentes podem fritar com a temperatura gerada pela corrente excessiva.

Note que isso pode dar problema até mesmo se o inversor não estiver ligado diretamente na saída do controlador. O nosso trailer é um bom exemplo desse tipo de projeto: temos o inversor e o carregador um bem do lado do outro, enquanto as baterias ficam mais perto do eixo do trailer a mais ou menos um metro dos dois. Se nós ligássemos o controlador no mesmo cabo do inversor, a proximidade entre o inversor e o carregador possivelmente causaria problemas em momentos de pico, ao derrubar a tensão local. Ao invés disso, temos um cabo separado entre o controlador solar e as baterias, para que o caminho entre o controlador e o inversor seja mais longo que o caminho entre as baterias e o inversor. Então nos momentos de pico, as baterias suprem a demanda do inversor ao invés de causar problemas no controlador.

Bom, então qual a forma adequada de medir a corrente se não dá pra ligar direto no controlador? Existem pelo menos três formas simples. A primeira é colocar um resistor como esse aqui entre o inversor e a bateria:

A caneta dá uma idéia do tamanho deles (!). Esses resistores são conhecidos como “shunt”. Eles oferecem uma baixíssima resistência, mas essa resistência tem uma precisão muito grande. Então, medindo a diferença de tensão entre os dois lados do resistor (note os parafusos menores) dá pra calcular facilmente a corrente que está passando. Existem inúmeros medidores de painel que se ligam nesses resistores. Só tem que cuidar porque cada medidor requer um resistor específico para funcionar.

A segunda forma é bastante conveniente e consiste em medir a saída do inversor ao invés da entrada. Por exemplo, eu uso esses painéis bem baratinhos no trailer:

Eles são mais fáceis de instalar porque trabalham com uma corrente muito mais baixa. ~200A em 12V se transformam em ~10A em 220V, ignorando os detalhes. A precisão dele é um pouco duvidosa :smile:, e ele não informa o fato de que o inversor está gastando mais do que está fornecendo, mas é suficiente para ter uma boa idéia do que está acontecendo.

A terceira forma é com um sensor de efeito hall. Eu uso esse aqui como meu multímetro “de bolso”, por exemplo:

Não é nenhum Fluke, mas também é bem barato (em torno de 100 reais se for importar) e além das funcionalidades básicas tem a garra que mede tanto AC quanto DC até 100A, e pega incrementos relativamente pequenos de corrente. É só colocar a garra na volta de um dos cabos (negativo ou positivo, não ambos) que ele vai dar uma idéia do que está passando alí. Note que DC é mais complicado de medir que AC… para AC uma simples bobina na volta do fio já torna a corrente fácil de medir por indução (um micro-transformador, basicamente). DC precisa do tal sensor esse. Esse tipo de sensor também tem que cuidar os arredores, já que eles estão medindo um campo eletromagnético mais sensível. Proximidade de equipamentos altera o resultado.

Por essas razões eu optei por colocar só o de 220V que é mais simples e fácil de usar, e “calibrei” a minha idéia do que estava sendo consumido usando o multímetro.

Desculpe a explicação meio longa. Se quiseres mais alguma informação avisa.

Abraços!

Impecável a sua explicação, lembrei de termos da faculdade, eu tenho um amperímetro de painel igual ao da foto que ainda não instalei, mas vou fazer. O interessante é que no meu carregador indica o balanço entre a entrada da placa e saída da carga em termos de amperagem. Grande abraço

Para quem está pensando em comprar uma placa solar taí uma boa opção com ótimo preço

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Poxa, que ótimo preço mesmo! Essa marca é a mesma das que instalamos no Balão. É uma boa placa.