Seguindo então, chegamos na entrada de Porto Belo por volta das cinco da tarde, e logo percebi a enrascada em que tínhamos nos metido.
Ou eu tinha me esquecido disso, ou aquela região mudou muito. Provavelmente as duas coisas. O fato é que a entrada desde Porto Belo até a praia de Canto Grande é interminável. Foram 20km de movimento intenso de cidade, com um carro atrás do outro, e dezenas de quebra-molas. Demoramos uma hora para chegar até o camping. Claro, o horário da nossa chegada também não ajudou, em uma sexta-feira às cinco da tarde.
Os quebra-molas são tão altos e alguns deles tão longos que tive que fazer algo que nunca tinha feito dessa forma antes: na nossa passada pela Praia do Rosa em Janeiro eu já tinha aprendido a fazer um truque de descer a rodinha da bequilha para levantar um pouco a frente do trailer ao passar em quebra-molas muito altos. Dessa vez fui além é desci a rodinha um pouco menos mas permanentemente, e na hora de passar ia bem devagar até a rodinha encostar no quebra-molas, e aí puxava devagar. Foi assim que conseguimos passar pelas várias mini-montanhas.
Uma hora dessa função foi cansativo, e é lógico que houve motorista que se irritasse atrás de nós, o que é um tanto irônico pois o trânsito era tão intenso que na verdade nós não atrapalhamos muito. Não havia para onde ir depois de ultrapassar a gente. Mas acho que a traseira do trailer, alta e larga, cria uma ansiedade pois o motorista não sabe o que há a frente.
Em fim, a primeira lição para nós foi a seguinte: temos que acertar o horário de chegada e saída para ao menos não pegar os períodos mais óbvios de movimento, para facilitar um pouco nesse ponto.
Quase que a lição foi nunca mais voltar, e no meio do caminho me perguntei onde estávamos nos metendo, mas no final desse processo cansativo encontramos de fato um paraíso tropical.
As imagens falam por si:
O camping é facilmente o mais organizado e bem cuidado que já estivemos. O Antônio, proprietário do camping, está sempre pela volta e percebe-se que ele gosta bastante do que faz. Sinceramente não há o que falar… pela primeira vez fizemos uso rotineiro dos banheiros do camping. Há sala de TV, lavanderia com tanques e máquina de lavar e secar (pagas), churrasqueiras amplas e com boa infraestrutura, quadras de futebol e tênis, mesas de sinuca e pebolim, praça infantil. Tudo muito bem cuidado.
Observando a sinalização a gente já tem uma idéia.
As vagas para as casas móveis são em estilo urbano, uma do ladinho da outra, e não são muito grandes. O limite para veículos deve ser por volta dos 8 a 9 metros, e como todo o resto as vagas são muito bem preparadas. O veículo fica em uma plataforma de areia (bom para manobras) mas a porta fica voltada para uma plataforma de cimento liso pintado e decorado, com grama inserida em blocos de concreto em toda a volta, garantindo que o veículo não vá afundar ao entrar:
As vagas centrais são um pouco menores (são duas, uma para cada lado), mas podem ser somadas dependendo do acordo.
Cada vaga tem luz e entrada e saída de água individuais, e também tem um ponto de cabo de TV. Quem quiser precisa levar seu próprio cabo ou comprar um com alguém que eles indicam para esse serviço.
Quem vai com barraca pode acampar do outro lado da rua, onde ficam a recepção e a parte da pousada que é integrada ao complexo (também muito legal, mas $$$). As vagas da área exclusiva para barracas são bastante semelhantes a área para veículos, porém as vagas são menores, e a plataforma de cimento fica na frente ao invés de ficar ao lado. Também há mais sombra:
Notem que está tudo vazio. Nós tinhamos quase que um camping particular nos primeiros dias. Maior mordomia. Mas na quinta-feira, dia do feriado, tudo mudou… os dois lados do camping ficaram com bastante movimento. Não lotou, mas foi impressionante a mudança de um dia pro outro:
E isso é uma parcial pois chegou mais gente depois. O dia era das barracas de teto. Vários amigos foram juntos e no final tinhamos quatro barracas de teto acampadas por alí.
Tivemos boas conversas com muitos dali. Logo ao nosso lado nossos vizinhos estavam com um lindo Diamante 96. Uma raridade, e eles muito simpáticos.
O outro lado também movimentou bastante:
Também foi bom ver a qualidade do camping em termos de controle da bagunça. O pessoal fez uma churrascada com música relativamente alta e bastante diversão. Tudo muito saudável, mas com o avançar do horário o pessoal do camping solicitou educadamente que parassem com o barulho alto. Tudo em paz.
Em fim, curtimos o local, e voltaremos com certeza. Nosso pequeno também curtiu bastante, tanto o camping quanto a praia em geral. Aqui uma rara foto dele conversando com o sol: