Reforma Turiscar Rubi 1991

Olá amigos campistas!

Em Julho de 2015 adquiri um Turiscar Rubi 1991, após vender meu antigo Turiscar Eldorado 1973 e desde então comecei a reforma-lo. Inicialmente foram feitos alguns ajustes na parte elétrica e mecânica para ser aprovado na vistoria de transferência, depois disso ele foi “totalmente” desmontado.
Algumas outras prioridades tomaram algum tempo e assim a reforma está se estendendo, mas a princípio irá terminar até o fim deste ano.
Gostaria de compartilhar aqui as etapas desta reforma, com intuito de poder ajudar outros campistas, da mesma forma que muitos já me ajudaram, e quem sabe incentivar alguns a colocar novamente na estrada tantos trailers parados que existem por aí.

Este era meu antigo Eldorado:

Este é o Rubi:

Abraço e até mais!

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Seja bem vindo, Matheus!

Vou ficar acompanhando a história. Muito bom ver esses equipamentos sendo recuperados e colocados de volta na estrada. E esse teu ficou muito bom! Parece que saiu a pouco da fábrica.

Foi grande a reforma, ou foi o achado que foi grande? :smiley: Esses trailers tem um tamanho muito bom pra quem não precisa (ou não faz questão) das camas extras, o que torna eles meio difíceis de achar nesse estado.

Buenas Matheus!
É muito bom te ver por aqui; as fotos do Turiscar são muito boas, podendo admirar em detalhe o estado do Rubi, e pelo que vemos, está muito bonito!
Nesse tu colocou placas fotovoltaicas também?
Grande abraço Matheus!

Dardo.

Obrigado Gustavo!
Registrei estas fotos no dia que comprei ele, durante a viagem de volta pra casa. De um modo geral ele estava em bom estado, mas numa análise minuciosa era possível identificar alguns pontos na estrutura de madeira que precisavam de reparo, além da pintura que vista de perto estava bem judiada. Gosto muito deste trabalho de reforma, então resolvi encarar este desafio.

Hoje tirei esta foto que dá uma ideia do estágio atual da reforma:

Olá Dardo!
Muito bom te encontrar aqui também!
Sim, neste também vou colocar uma placa fotovoltaica, até já comprei, mas ainda falta pintar o teto para poder seguir com a instalação. A intenção inicial é instalar apenas uma de 265W e se for necessário no futuro adiciono mais duas placas menores na parte traseira, nos lados da clarabóia da sala.
Já andei fazendo alguns testes para matar a curiosidade:

Grande abraço pessoal!

Buenas Matheus!

Tenho verdadeira paixão por esses modelo/ano da Turiscar, seja o Brilhante ou o Rubi!
Mas a minha mulher já disse que se for trocar eu vou viajar sozinho…kkkkk
Por enquanto vou me divertindo com o Bolinha (Eldorado 1993)…
Mas pelo visto nas fotos, a parte interna está impecável…
Vou acompanhar a evolução da reforma…

Olá Carlos!
Ainda não tive oportunidade de experimentar o Rubi muito bem, pois a unica viagem que fiz com ele foi quando comprei, pernoitando apenas uma noite nele, mas adorava viajar com meu eldorado e ele acomoda o mesmo número de pessoas que o Rubi, também é fantástico!
Compartilhe conosco tua história com o bolinha. Ele forma um belo conjunto com o Civic.
Abraço!

Opa Matheus!
Se te contar que o meu pai foi ‘praticamente’ o primeiro dono do Eldorado…(possui inclusve o Manual de Fabrica e revisões) e eu agora em fevereiro o re-comprei novamente…vc não vai acreditar…
Mas sim, vou contar a história em um tópico próprio para não disvirtuar os teus relatos :grinning::thumbsup:

Forte abraço1

Legal Carlos, já vi que tem boas histórias pra contar! :smiley:
Vou aguardar o tópico para acompanhar.
Abraço!

Olá amigos campistas!
A reforma começou com a desmontagem do sistema do engate, alguém havia feito uma adaptação para colocar uma munheca diferente da original e esta adaptação estava cheia de folgas. Depois de desmontado decidi que o melhor era comprar uma munheca nova, igual ao modelo original.

As peças foram todas esmerilhadas para receber fundo Wash Primer e o acabamento em esmalte sintético na cor Alumínio Opalescente.

Uma das buchas que ajusta a folga do tubo do engate estava gasta, então pedi ajuda ao meu tio, que confeccionou uma nova em Tecnyl para que o engate ficasse sem folgas.

Deixei para terminar de montar o sistema quando a lança estiver no lugar.

Depois de retirar a lança do engate percebi que teria dificuldade para fazer uma boa limpeza, então resolvi levar para uma empresa que faz jateamento abrasivo.

Resultado após o jateamento:

Na sequencia a lança recebeu uma galvanização por eletrólise, mas como neste processo os cantos e soldas não ficam bem protegidos, resolvi aplicar um fundo para depois dar o acabamento com esmalte sintético. Na minha opinião, o ideal para proteção seria a galvanização a fogo.

Assim como a lança, os aros passaram por jateamento abrasivo e depois receberam fundo Wash Primer e o acabamento em esmalte sintético na cor Alumínio Opalescente.

Com o intuito de protege-las, empilhei as rodas já montadas e cobri com um saco de colchão, mas se formou um ambiente úmido dentro do saco e surgiram pequenas bolhas na pintura. Procurando entender o motivo disso ter acontecido descobri que o Wash Primer tem a função de proteger o metal da corrosão e permitir a aderência do fundo ao metal limpo, não devendo ser utilizado diretamente como fundo para a pintura de acabamento.
Depois de um tempo as bolhas diminuíram, então resolvi deixar assim.

Outra parte que estava bem enferrujada eram os eixos, estes receberam uma limpeza em casa para depois receber a mesma pintura das demais partes já citadas.

Aproveitei a oportunidade para aumentar a altura do trailer em relação ao solo com calços de 5cm. As sapatas de apoio traseiras estavam bem judiadas, com sinais de que andaram arrastando no solo, por isso resolvi fazer esta modificação.

Quando desmontei percebi que a vedação que há entre os braços da suspensão e o tubo do eixo estavam totalmente destruídas e precisavam ser substituídas. Não encontrei nenhuma peça semelhante disponível no mercado, então resolvi fazer estas em casa utilizando mangueira de borracha e o’rings. Gastei a mangueira de forma cônica para acomodar o o’ring. Vamos ver se irão aguentar!

Por fim, as sapatas de apoio também receberam um trato, só não instalei no lugar para não dificultar o acesso por baixo do trailer enquanto ainda preciso circular por lá.

Ainda não revisei o sistema de freio, deixei para os ajustes finais, mas por curiosidade abri para ter uma idéia do seu estado. Não tinha cara de ter rodado muito, acredito que este trailer pode ter ficado um bom tempo parado.

Por hoje é isso. Abraço!

O serviço é um primor!
Realmente está ficando perfeito!

Noooossa, Matheus… trabalho de altíssimo nível! :astonished:

Nas fotos depois do tratamento dá a impressão que são peças zero km.

Caramba!:scream:
Padrão Matheus mesmo! Pena que seja colorado…bom, ninguém é perfeito…:disappointed_relieved:
Brincadeirinha Matheus, e meus parabéns, serviço nível Turiscar…acho que bem conversadinho, tu podias ir para a Turiscar, para estabelecer o “Padrão Matheus de Excelência”, e descolar uns pilas extras…muitos pilas, claro!
Abraços!

Dardo.

Ed, Gustavo e Dardo, obrigado pelas considerações!

Dardo, gostei da ideia! Quando tu for buscar o Guanaquito, pergunta se eles tem uma vaga para aprendiz na fábrica, se tiver eu me candidato. Se este trabalho como lazer já é bom, imagina poder fazer isso todos os dias! :smiley:

Abraços!

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Bom, a reforma não segue um cronograma, então nenhuma das etapas tanto da estrutura, mecânica, hidráulica ou outra foi concluída, assim vou ir relatando em pequenas etapas.

Aproveitei alguns dias com condições climáticas adequadas e comecei a fazer um tanque de fibra. A intenção era fazer 2 tanques, sendo um para água potável e outro para água servida. Logo na primeira etapa percebi que iria gastar mais material do que eu imaginava e pelo custo dos materiais o tanque de fibra deixou de ser vantajoso em relação ao de polipropileno. Decidi então encomendar um tanque em polipropileno na empresa PPVILLE, para armazenar a água potável e usar o de fibra para água servida.

Como a fibra “não faz canto” eu resolvi fazer uma massa com resina e talco industrial para vedar totalmente a junção entre a tampa e a lateral do tanque, após ter fixado com manta e resina.

Tanque em Polipropileno.

No meu antigo eldorado, quando queria saber a quantidade de água que tinha no tanque eu sacudia o trailer e observava o movimento na lateral do tanque. Para evitar isto no Rubi, decidi construir um painel com leds para indicar o nível dos tanques.
O meu nível de conhecimento em eletrônica é muito limitado, então pesquisei bastante na web e consegui construir o painel após analisar alguns sistemas semelhantes. Só não entendi o motivo do sistema utilizar um resistor entre a base e o emissor do transistor, de repente funciona como uma espécie de proteção… Como o resistor estava presente em todos os sistemas que vi eu coloquei, e funcionou. :grin:

Este é o sensor que fica dentro do tanque.

Confira o vídeo de teste clicando AQUI. :movie_camera:

Inicialmente minha ideia era reformar o boiler original que fornece água quente para o trailer, mas achei melhor comprar um aquecedor de passagem de 7,5 litros para substituir o boiler.
Ainda que não seja o mais indicado e seguro, decidi instalar o aquecedor dentro do banheiro, para isso foi necessário reduzir o tamanho do armário superior. Seguindo as dicas do meu pai, utilizei a face lateral externa do armário e mal se percebe que ele foi cortado.

No momento em que fui fazer o corte para instalar a chaminé do aquecedor, percebi que uma das principais travessas de apoio do teto estava no caminho e para não corta-la resolvi fazer uma espécie de coifa para o aquecedor.

Envolvi ela com uma manta para isolamento térmico utilizada também em escapamentos.

Esta etapa parou por aqui, pois preciso primeiro pintar o teto para depois finalizar a chaminé e então instalar o aquecedor.

Neste meio tempo fiz umas lampadas com fitas de led para o banheiro e para a sala utilizando tubos de pvc e suporte de lampadas velhas que queimaram. Preferi construir as lampadas porque já tinha comprado a fita de leds com potência e temperatura de cor de minha preferência.

Já retirei também o conversor original do trailer que será substituído por outros equipamentos.
Pesei o conversor e as partes do boiler para ter uma idéia de compensação de peso na parte traseira do trailer.

Conversor 34,4Kg

Boiler 15,5Kg sem contar o peso da água quando está em uso.

Pretendo instalar as duas baterias na parte traseira do trailer, no local onde ficava o boiler. Considerando a redução de peso do conversor e também do boiler, vi que não vou ter um aumento de peso na traseira em relação ao peso original.

Por enquanto é isso. Abraços!

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Sem querer ser chato, mas vou ter que dizer de novo: que trabalho legal, Matheus! Tudo feito com muito cuidado… e esse painel com os níveis então… 10! :+1:

Sobre a história do resistor, não dá pra ver o projeto direito pra ver o que mais está conectado aonde, mas o mais tradicional é usar isso para fazer um pull down. Ou seja, se não houver uma tensão mais relevante sendo aplicada na base, ela vai zerar ao invés de ficar flutuando. Isso assegura que o LED não vai ficar piscando por qualquer estática boba ou condução eletromagnética.

As vezes o pessoal tira esse resistor porque, claro, no laboratório isolado funciona tranquilo. Mas aí coloca no meio de outros equipamentos e não funciona. Ué… mágica? :smiley:

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Valeu Gustavo!
Perfeita explicação, quando estava montando o sistema cheguei a fazer um teste isolado sem o resistor e aparentemente funcionou bem, mas imaginei que alguma função relevante ele deveria ter, agora ficou claro!
Abraço e obrigado :+1:

Parabéns! Acompanhando o relato e aguardando novidades! Como sou novo neste mundo, aprendendo e ainda escolhendo um modelo para investir e fazer a patroa se engraçar também… Abraços!

Fiquei impressionado com o capricho. Parabéns. Eu não fazia ideia que na parede só tinha sarrafos de madeira, sempre pensei que fosse com estrutura metálica. Agora terei que mudar meu projeto pois quero construir um. Vejo que tenho muito a aprender com vocês, principalmente na fabricação das janelas. Abraço.

A maioria é de madeira realmente, mas existem alguns fabricantes usando estrutura em alumínio. A Apolo é um deles, se bem me lembro. Eu nunca vi nenhum estudo ou análise de alguém experiente comparando os dois de forma adequada e levando em conta todas as variáveis nesse caso, então fica difícil de dizer algo. A única coisa óbvia é que alumínio resiste melhor ao tempo e pode ser mais leve, mas tem muitas variáveis em jogo pra poder dizer alguma coisa sem medo de estar falando bobagem.

Rafa, obrigado! Assim que possível vou postar novidades. Independente do modelo que escolher, certamente vocês irão curtir bons acampamentos.

Rick, obrigado! Hoje se constrói veículos de recreação com diversos sistemas construtivos, acredito que o mais novo seja o “Composite” que utiliza espuma de PVC e fibra, resultando em uma estrutura leve, resistente, auto-extinguível, dentre outras características. Em conteúdos náuticos você encontra várias referências sobre este tipo de construção. Se eu fosse construir algo hoje, avaliaria esta opção.

Gustavo, sempre tive curiosidade referente a estrutura de alumínio nos veículos de recreação. Até onde sei não é utilizada nenhuma solda nesta construção e os perfis são fixados utilizando cantoneiras e parafusos. Seria interessante um estudo comparando com outras estruturas de materiais diferentes.
Acho que a Motor Trailer é a empresa mais antiga que utiliza este sistema construtivo. Lá pelo ano de 2000 os trailers deles já eram fabricados com estrutura de alumínio. Acredito que eles sejam os únicos que utilizam poliuretano injetado expandido na própria estrutura.
O proprietário da fábrica gosta bastante do material, certa vez ouvi ele falando em um vídeo que se tivesse que recomeçar a vida hoje, ele seria vendedor de estruturas de alumínio.

Abraço para todos!

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