Uruguai de trailer 2015-2016

30 de dezembro de 2015 às 14:05

Continuando a viagem então, depois do almoço saímos de Rio Branco e nossa ida até Treinta y Tres foi muito tranquila e curta, por volta dos 130km. O GPS nos levou até a porta do camping do Parque do Rio Olimar, saindo a esquerda e entrando no parque antes de cruzar a ponte do Rio Olimar.

Nos registramos na recepção do camping e ficamos sabendo que a estadia era gratuita. Haviam alguns pontos de água mas sem energia elétrica. Ironicamente, o oposto do camping anterior em Lago Merin. Tive que fazer algumas voltas até achar uma boa forma de entrar no camping, pois as porteiras eram um tanto estreitas. Em seguida, posicionei o trailer ao lado dos banheiros e enchemos os tanques para que ficassemos livres para escolher o melhor local depois.



Recepção, vista já de dentro do camping:

O parque e o próprio camping parecem ser um dos principais pontos de final de semana da cidade. O pessoal entra no camping, que não possui qualquer tipo de controle, e sentam em suas cadeiras de praia ou fazem churrasco enquanto observam o movimento intenso do parque.

O Rio Olimar dentro desse parque é a praia da cidade também:

O que nós não contavamos é que no final das contas ninguém ficaria no camping. Eramos só nós e uma outra barraca. Inicialmente estávamos parados mais pro fundo do camping em um local um tanto vazio e já escuro, até que lá pela meia-noite enquanto conversarmos alguém colocou a cabeça na janela sem perceber que estava sendo visto. Eu ofereci um amistoso “Olá!”, e o sujeito saiu correndo. Saí para conversar mas já não o encontrei. Muito provavelmente uma curiosidade mal direcionada, ao invés de uma malícia real, mas de qualquer forma ficamos desconfortáveis e levamos o conjunto para um local mais iluminado e visto. Porém, isso também nos levou para mais próximo da rua onde o movimento de demonstrações inapropriadas de motoqueiros jovens não parecia ter fim.

Já na cama, a 1h45 da manhã, conversamos e resolvemos ir embora dalí naquele momento. Em 15 minutos estávamos com tudo pronto, rapaz já dormindo no carro, chimarrão em mãos, e zarpamos em direção a Enrique Martínez. Era nosso plano B original, porém não sabíamos exatamente o que nos esperava do outro lado dos 60km aquela hora da manhã. Mas estávamos tranquilos pois sabíamos que em um povoado muito pequeno no interior do Uruguai não teríamos problema para achar um paradouro adequado.

Detalhes da chegada e do dia seguinte na continuação…

31 de dezembro de 2015 às 09:57

Gustavo, parabéns pelo presentão de final de ano que estás dado para ti e para a tua família. Esse passeio é excelente, e melhor ainda sem pressa.

Qual é o teu destino final no Uruguay?

31 de dezembro de 2015 às 15:14

Buenas Ed,

Estamos curtindo bastante. Ainda não temos parada certa, mas vamos subir em direção ao Chuí nos próximos dias.

31 de dezembro de 2015 às 15:43, por Ronald Ataulo

Gustavo, estaremos em Punta no camping Punta Ballena até o dia 4.

31 de dezembro de 2015 às 16:11

Buenas Ronald,

Vocês não tinham feito reserva no San Rafael? Olha as duas vagas vazias esperando vocês:

31 de dezembro de 2015 às 16:54

Seguindo a história então, saímos as 2h da manhã de Treinta y Tres em busca de um ambiente melhor e 60km depois, grande parte por uma estrada secundária estreita e com reparos, estávamos em Enrique Martínez. O povoado pacato tem pouco mais de 10 por 10 quadras e encosta no rio Cebollatí, que deságua na Lagoa Mirim, pelo oeste.

O camping é localizado em uma faixa estreita ao longo do rio sem qualquer fechamento ou recepção que pudéssemos encontrar. Ainda assim, possui energia, água, e vários conjuntos de banheiros, tudo mantido pelo pequeno município.

Quando chegamos encontramos tudo muito calmo, como esperado e apreciado. Avistamos algumas barracas ao longo do camping, e sem enxergar muito tratamos de ficar perto da maior concentração, pois provavelmente tiveram a oportunidade de escolher com mais tempo, mas não perto demais que nosso barulho os incomodassem naquela hora. Entramos de frente mesmo e assim fomos dormir.

Quando acordamos, encontramos esse visual:



Gostamos muito da cidade e pretendemos voltar. Passamos boa parte do dia lá e cogitamos ficar até o dia seguinte. Nosso próximo destino a princípio seria Durazno, mas nosso filho nos fez mudar todos os planos sem querer. Ele nos pediu para ficar “um montão” naquele lugar, e isso nos fez perceber que toda aquela atividade estava deixando ele meio perdido. Ao invés de atender o pedido dele imediatamente, aproveitamos o dia na cidade, mudamos a rota, e as 5h da tarde partimos em direção a Punta del Este para ficarmos um período prolongado no camping San Rafael, que sabíamos nos daria entretenimento por vários dias.

No próximo post continuamos…

1 curtida

Legal…vendo de novo e viajando junto nesta viagem maravilhosa, e muito bem narrada…fico com muita vontade de viajar ao ler este relato…aguardo cenas dos próximos capítulos!
Abraços!

Dardo.

Obrigado, e eu também, Dardo! Já estou louco pra botar o pé na estrada de novo! :smiley:

31 de dezembro de 2015 às 15:23, por Pelagio

Acompanhando e curtindo, aguardando o grande encontro .

31 de dezembro de 2015 às 15:43

Buenas Pelagio,

O grande encontro foi um pequeno encontro. O Ronald e a esposa passaram aqui muito rapidamente, deram uma olhada rápida no trailer, matou a curiosidade sobre o custo (fazia tempo que ele tava tentando :grin:), e se foram. Não deu nem tempo de oferecer um chimarrão! Um crime passível de multa praticamente, se tratando dos pampas.

31 de dezembro de 2015 às 16:28, por Pelagio

Mas eles não ficarão até o dia 4 ?

31 de dezembro de 2015 às 22:02

Pois então! Mas tudo bem… Garanto que eles não teriam ido embora se soubessem que minha esposa tinha preparado uma das especialidades dela.

1 curtida

1 de janeiro de 2016 à 01:09, por Pelagio

Se eu estivesse aí garanto que não ia passar em branco; e feliz ano novo!

1 de janeiro de 2016 às 20:08

Hmmmm… Gustavo, você teve sorte de eu não estar lá… não ia sobrar dessa delicia nem para as formigas! :desconfiado: :stuck_out_tongue: :stuck_out_tongue:

Feliz 2016, com muitas viagens tão lindas quanto esta; abraços!

Dardo.

1 de janeiro de 2016 às 20:57, por Ronald Ataulo

Barbaridade che….kkk

Gustavo, foi muito legal conhecer você, sua família e o seu trailer. Pena que ficamos em camping diferentes…em breve marcamos um vqq

5 de janeiro de 2016 às 18:52

Valeu Pelagio e Dardo, um feliz ano novo pra vocês e pras familias também!

Pelagio, vocês estão pertinho aqui né? Temos que marcar um acampamento aqui pela volta. Dardo, com certeza providenciaremos uma torta para celebrar um encontro por aí.

Ronald, fica pra próxima…

Vamos continuar a história então…

Na segunda-feira mesmo, depois de curtir um pouco a cidade, saímos de Enrique Martínez pelas 5:45 da tarde rumo a Punta del Este. Inicialmente tivemos que retornar até Treinta y Tres, grande parte na mesma estrada secundária estreita e remendada que fomos, porém agora de dia. Depois pegamos a Ruta 8 que é fantástica:

E então passando Mariscala dobramos a esquerda rumo a Punta pela Ruta 39, que é mais estreita e bastante acidentada. Ao todo eram 280km, então pegamos um tanto de noite nesta parte da estrada, o que não foi uma idéia muito boa. Mas calma e atenção nos levaram até a entrada da cidade tranquilos.

Na estrada mesmo havíamos ligado para o camping San Rafael para ver se haviam vagas para aquele dia ou se precisaríamos de um plano B, mas eles confirmaram a reserva.

Ao chegarmos encontramos mais ou menos o que esperávamos: um camping bem mais urbano, com menos espaço, porém muito bem organizado. Nossa vaga era bem na frente para nossa sorte, pois ficava perto da piscina infantil e dos brinquedos da praçinha:

Curiosidade: nosso vizinho ao lado vendeu o diamante dele para um uruguaio por 15 mil dólares enquanto estávamos lá. Ele também bateu de ré na nossa S10, com vontade! Para sorte de todos os ferros de reboque seguraram grande parte do problema e não houveram maiores consequências. Mas sem mágoas… Eram gente boa ele e a família.

Aliás fizemos vários amigos no camping nos dias que ficamos lá. Alguns por conta de nosso filho que não tinha muita cerimônia para conversar com todos e entrar nos RVs alheios. Pegamos alguns contatos para seguir conversa depois.

Como planejado, ficamos vários dias lá, curtirmos bastante os recursos do camping, passeamos pela região, e brindamos o ano novo na beira mar:

Aqui o sol se põe atrás do centro de Punta (a ponta de Punta, propriamente dita), e a vista é desde a praia vizinha de Manantiales:

Após a virada do ano, na sexta-feira, deixamos o camping praticamente lotado e saímos com a proa para o norte, em direção ao Parque de Santa Teresa. Continuamos em seguida…

15 de janeiro de 2016 às 14:27

Seguindo então, na sexta-feira depois da virada de ano novo acordamos sem muita pressa, acertamos as contas, nos despedimos dos novos amigos, e saímos rumo ao Parque Santa Teresa.

O caminho mais bonito seria pela beira do mar, mas não queríamos encarar a muvuca que fica o trânsito em La Barra e Manantiales nessa época. É chato até pra passar de carro… imagina de trailer. Então pegamos em direção a San Carlos para encontrar a Ruta 9. Nossa subida foi muito tranquila, apesar do movimento bem maior. A estrada era ótima, e o fluxo andava mais rápido do que nós, então era só colaborar para que o pessoal nos ultrapassasse quando possível.

O único detalhe que me demandou um pouco mais de atenção foi o controle de combustível. Nós levamos três galões de 20 litros de diesel cada para termos uma boa autonomia quando andando pelo centro do Uruguai. Quando mudamos o rumo, pelos meus cálculos conseguiríamos sair do Uruguai sem abastecer, mas chegaríamos perto do limite. Então eu estava de olho na autonomia e no consumo.

Ainda assim, resolvemos fazer uma visita a Punta del Diablo para o almoço. O povoado é uma praia muito pacata e um tanto alternativa pouco ao sul do Parque Santa Teresa. Achamos um bom restaurante ainda aberto bem no miolo do povoado, graças a atividade de praia do local.

Logo após o almoço saímos em direção ao parque. Logo na entrada os militares que controlam a portaria nos informaram de forma muito simpática que precisávamos fazer o registro antes de entrar. Pagamos 75 reais por adulto para acampar por até 3 dias… Na verdade o custo é de 25 por dia, mas o mínimo são 3 dias.

O que vimos depois disso foi talvez a maior surpresa da viagem. Como moramos relativamente perto, já sabíamos que Santa Teresa é um destino muito apreciado por campistas, e já tínhamos visitado o Forte antes, mas não tínhamos idéia da dimensão do camping e da quantidade de pessoas lá dentro. Eram km e km de barracas uma ao lado da outra, e um ambiente bastante amistoso apesar disso.

Rodamos bastante antes de nos acomodarmos… o camping possui parcelas bem delimitadas, e indicações claras de onde pode se acampar ou não. Algumas das zonas possuem eletricidade e pontos de água próximos, mas essas estavam lotadas, e também não nos pareceram os melhores locais. Depois de algum tempo rodando, demos a sorte de passar por um vizinho da garagem do trailer, que conhece toda a área. Não haviam vagas perto dele, mas ele nos levou até um ponto muito agradável e onde ficaríamos ao lado de um outro vizinho de garagem. E por ali ficamos:

Dentro do próprio parque há infraestrutura de banheiros e pequenos mercados. Estavamos perto de um com o curioso nome de “Super Chato”:

E com alguns minutos de caminhada chegavamos nessa linda praia:

Gostamos tanto que acabamos ficando dois dias ao invés do que planejamos originalmente. Até rolou uma Paella a noite, com material de primeira e relativamente barato que encontramos em um dos mercados:

O único inconveniente do período é que no local não tínhamos água nem eletricidade. Eletricidade não era um problema para nós, mas chegamos com o tanque de água com pouca água, e lá pelas tantas tive que dar um jeito de encher:

Uma outra particularidade que não gostamos muito é que logo que a noite aparece todo mundo começa a fazer suas fogueiras. Em breve todo o parque fica coberto de uma névoa contínua que é na verdade fumaça coletivamente produzida. Esse fenômeno deve ser exclusivo desse período, com lotação muito alta.

No todo, gostamos muito, ficamos um pouco fascinados, e com certeza voltaremos ao parque.

Continua…

16 de janeiro de 2016 às 17:25, por Rafael Mafra

Acompanhando atento o relato Gustavo. Bom demais poder optar pelo local sem depender dos pontos de elétrica do camping… sobre o combustível extra chegou a usar algum galão? já tem uma média de consumo rebocando?

Um abraço.

16 de janeiro de 2016 às 20:49

Também estou curioso sobre a média rebocando.