Continuando…
Nos dias seguintes, fomos visitar Cacheuta, uma vilinha perto de Mendoza capital, que tem uma fonte de águas termais e se encontra numa região encostada na pre-cordilheira, com caminho de asfalto até o local, espremida entre os morros.
Um par de dias depois, fomos visitar nossa primeira adega, a pequena porém excelente Bodega Lamadrid, e compramos algumas garrafas de um Malbec que é para ser bebido de joelhos!
Como não só de vinho vive o homem, visitamos o Museu de Ciências naturais de Mendoza, situado dentro do enorme Parque San Martín, que embora pequeno o museu, tem um acervo excelente de amostras arqueológicas da região.
Nesses dias, o dono do MAN Unicat chegou, e batemos um papo legal sobre andanças diversas de ambos, e ele, o dono, se dedicou a reparar o aquecedor do MH, que tinha pifado no tempo que ficou parado.
Bem, eu estava na realidade, ansioso para acampar em Villavicencio, pois lá seria um Camping agreste, sem água nem eletricidade, e seria um test de verdade para ver se o Guanaquito era auto-suficiente num lugar agreste como aquele, e dito e feito, enchemos o tanque de água, gasolina para o gerador, e lá vamos nós com o Turiscar para ver como se saia na empreitada.
A estrada, embora de asfalto, já perto de Villavicencio começa a ficar estreita, e quando outro carro aparecia no sentido contrario, diminuía ainda mais a velocidade, para ultrapassar com segurança; ainda bem que somente 2 ou 3 carros somente cruzaram conosco.
Estávamos chegando quase no destino, quando aparece na estrada quem? Sim, um bando de guanacos, que provavelmente, vieram dar as boas-vindas ao primo deles que vinha de distantes terras tropicais (ou quase isso)…
Chegamos no local de pernoite que os Guarda-Parques tao gentilmente tinham nos autorizado a ficar nos dias anteriores quando da nossa primeira visita a Villavicencio, e logo nos instalamos, para dar tempo de fazer uma caminhada pelo lugar antes do anoitecer; após a caminhada, liguei o gerador para ter energia de maneira tal de funcionar o aquecedor de passagem e recarregar as baterias, já que a geladeira tinha consumido toda a energia das baterias e assim, depois de tomar banho e jantar, sai para desligar o gerador, com as baterias carregadas para ter a bomba e luzes de prontidão durante a noite, desligando a geladeira, para não drenar as baterias , e até porque já estava bem frio para deixar a mesma funcionando.
Na hora que sai para desligar o gerador senti que estava frio lá fora, mas nada de extraordinário…mal sabia eu que aquela noite, a temperatura externa despencaria vertiginosamente, chegando a 4,4 abaixo de zero…
Na realidade, não estava prevista essa temperatura tao baixa, e que segundo os Guarda-Parques do lugar, por efeitos do vento, a sensação térmica chegou a singelos 9 graus abaixo de zero…
Claro que tudo congelou, e a dilatação produzida pelo gelo, quebrou uma peça interna do aquecedor de passagem, e que só descobriríamos quando voltamos do nosso passeio…
Levantamos, surpresos com o frio não esperado, nos higienizamos com água de um galão que tínhamos extra para não precisar usar a bomba, ligamos o forno do fogão que aqueceu rápido o Trailer, e após o cafe da manhã, fomos passear pela estradinha cheia de curvas, levando um almoço pronto para comer na montanha
No retorno, quando fomos tomar banho, descobrimos que o aquecedor não funcionava…vou lá fora inspecionar o aquecedor, e vejo que ao ligar a bomba, o mesmo jorrava água, impedindo o funcionamento do aquecedor, e não tinha como reparar este vazamento, pois a cola que eu tinha, não suportava a pressão da bomba… e como já era tarde, decidimos ficar por lá mesmo, embora sem banho aquela noite, e na manhã seguinte, retornamos para Mendoza, para arrumar urgente a tal peça; verdade seja dita, o aquecedor não foi culpado do problema, e sim eu, que não tomei todos os cuidados caso viesse a esfriar tanto, como de fato aconteceu.
Já em Mendoza, por indicação do dono do Camping (uma excelente pessoa, muito prestativo!), fui numa oficina onde reparam radiadores de carro, para soldar a peça de bronze danificada, o que foi feito, embora a pessoa que fez o trabalho me advertiu que talvez ficasse um puco ondulado, por efeito do calor da solda na peça, e de fato, ficou um minúsculo vazamento, que eu mesmo solucionei com solda plastica; juro que dá um trabalho e tanto retirar e colocar novamente a peça, pelo pouco espaço que se dispõe para trabalhar no aquecedor de passagem.
Bem, mais um problema, mais um aprendizado!
Fotos:
Estrada para Cacheuta, seguindo o rio.
Bodega Lamadrid.
A cave da Bodega Lamadrid…queria fica um mês sozinho com os Malbec…
Museu de Ciências naturais e antropológicas de Mendoza.
O Unicat sendo reparado.
Aproando a montanha com o Guanaquito.
Os priminhos vindo cumprimentar o parente distante.
Chegando em Villavicencio.
No local de pernoite.
Mais uma do local de pernoite, com a montanha no reflexo da parede do Turiscar.
Um pouco fria a manhã…2.6 C dentro e -4,4 C lá fora…
Subindo os Caracóis de Villavicencio.
Sua Majestade voadora, o Condor.
A rachadura na peça do aquecedor de passagem, logo abaixo do buraco.
Retornando para Mendoza.
A peça já colocada no lugar e soldada, na parte prateada, do lado da mangueira preta com detalhe vermelho da direita.
Continua…